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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Opala Sparta: História e Atualidade

Tudo começou em setembro de 2009. Passeando pela feira de automóveis usados em Taguatinga sem nenhum objetivo a priori, mas com um desejo guardado desde de criança pelos Opalas 6 cilindros, então me deparo com um exemplar que apesar de muitos detalhes para serem feitos, tinha uma funilaria legal e um motor zero, mas acho que o que me fez comprar este carro foi o ronco do motor, mesmo que original, porém com um único abafador no meio do veículo e nada mais de escapamento. Não acho mais, tenho certeza, foi o ronco! Eu arrepiei! E paguei caro...



Não contei para ninguém que havia comprado, exceto minha esposa que também ouviu o ronco antes da compra e curtiu muito! Fiz uma revisão geral em uma semana e no fim de semana a seguir saí às 03:30 da manhã de Brasília rumo a cidade do interior de Goiás à 400 km. Objetivo da viagem, fazer meu pai e meu irmão arrepiarem também! Fui a 120 km/h, média de 7 km/l no álcool com um carburador H-34SEIE, câmbio 4 marchas e diferencial Braseixos 2,73:1 (se vc percebeu nos escritos do vidro antes da compra, sim, fui enganado quanto ao diferencial) . Em uma descida, dei um sufoco no prisma 1.4 que minha esposa dirigia junto, não lembro se ganhei de final, acho que sim. Cheguei na cidade, direto para o lava-jato, depois do banho troquei aquele horrível painel traseiro por um zero da Cibié que havia comprado pela internet no período da revisão, um make-up com cera de carnaúba na lata e muito pretinho nos borrachudos pneus e a máquina estava pronta para a surpresa.

Estacionei o carro na garagem fechada de casa lá pelas 09:30 da manhã, abri as portas que dão acesso à casa, meu irmão dormia ainda como já planejava. Fui ao quarto, acordei-o e disse: "escuta o novo escape que coloquei no Prisma", ele não saiu da cama, como já previa. Fui para o carro, dei a partida e algumas boas bombadas no acelerador, olho então para o lado e vejo meu irmão com cara de bolacha trakinas. Será que ele arrepiou? Que pena que não filmei! Mas aí está o Comodoro nesse mesmo dia:


Esse foi o começo de uma história sem fim!

Desde a primeira volta, antes da compra, desanimei com o desempenho do Comodoro, esperava muito, mas muito mais mesmo. Passado algumas semanas, comecei algumas transformações que me trouxeram alegrias e estresses, diria que 50% para cada um. Pensei em um projeto aspirado para chegar no futuro aos 250 cv, a embreagem que veio no Opala acabou antes do que eu imaginava, então comprei o conjunto platô (700 lbs) e disco de cerâmica (6 pastilhas com molas) da Displatec. Depois vieram um Webber 44 IDF, um coletor de admissão aquecido da Engine, um coletor de exaustão 6X2 juntamente com dois escapes de 2,5 pol cada e um só abafador, bomba elétrica do monza e um dosador hp pequeno. Com um acerto meio bomba, saí para testar e voltei todo satisfeito e tremendo muito, já na primeira curva quase fiz um 180° no centro da cidade em pleno horário comercial, não acreditava naquilo, era o que esperava do Comodoro original, que inocente! Olhas as fotos da Webber Cromada, pode confessar, isso é lindo!



Bom, deêm uma olhada nos vídeos abaixo, eles representam parte daqueles 50% que representaram a minha alegria:



E o estresse e tristeza que representam os outros 50%? Vou resumir numa lista:
  1. Carburador Webber é muito sensível a temperatura ambiente, de dia é um acerto, de noite é outro. É um ótimo carburador para competição, para o dia-a-dia eu não gostei. Em um mesmo dia, com o mesmo acerto e mesma pista, por volta das 15:00 medi um 0-100 no G-Tech e deu 10 s, a noite fui ao mesmo local baixar o tempo, fiz 11 s.
  2. Não consegui regular a fase de transição lenta-alta, entre 2.000 e 3.000 RPM, a mistura sempre ficou muito rica. Mas aqui cabe ressaltar que eu não tinha todas as ferramentas adequadas para um acerto de giclês.
  3. O Opala fica em outra cidade, ando nele duas vezes por mês, toda vez antes de andar precisava desmontar a tampa do carburador, para dar uma geral. Se deixava álcool no carburador, nesse intervalo, criava-se um gel, se não deixava, então era criado uma "fibra" branca, ambos sempre entupiam os giclês.
  4. Sempre depois de umas boas aceleradas, a regulagem saia do ideal.
  5. Platô não pode ter sido só de 700 lbs, pois o mesmo quebrou 3 cabos de embreagem e entortou o garfo original, precisei instalar um de Silverado. Quanto a ser pesada? Só eu dirigia, pois ninguém mais se arriscava ou tinha força para apertar aquilo. Imagina a confiabilidade do carro, eu saía de casa já pensando que o cabo não iria aguentar. A Displatec me garantiu que era de 700 lbs após reclamação.
  6. Dois diferenciais Braseixos 2,73 quebrados em menos de dois meses.
  7. Cabo do acelerador. No começo era muito duro e não abria toda a borboleta. Modifiquei a haste do carburador, melhorou, ficou mais macio e não é que de vez em quando ele abria toda a borboleta.
  8. Ar condicionado. Muito dinheiro investido para reinstalar o ar condicionado e tudo desandar por um simples problema de correia. A correia simples do Opala não se mantinha nas polias quando eu acelerava mais rapidamente, lembrando que o motor já não era mais original e o giro subia bem mais rápido. Ou eu andava devagar com ar condicionado, ou eu podia voltar pelo caminho feito para procurar a correia na rua. Testei diversas soluções e encontrei a menos estressante: deixei sem a correia.
  9. O estopim para uma nova proposta de projeto se deu quando na última troca por um diferencial dana 30 3,54 (foi o que achei na época), o mecânico montou tudo e não percebeu o grande empenamento do cardã causado nesse vídeo abaixo. Em determinada rotação do cardã, a trepidação do carro era capaz de tirar um magrelo do banco. Com o encurtamento da relação, a rotação do dia-a-dia caiu naquela fase intermediária do carburador. Encostei o carro em casa em um dia, e no outro, o motor de partida não mais funcionou. Então, deixei ele em coma por uns 6 meses. 


Este foi o momento de reflexão, mais estudos e a idealização de uma nova proposta. Parti da premissa básica que eu queria um carro de baixa manutenção, confortável, forte e confiável para o dia-a-dia. Com esta premissa determinei que montaria embreagem original e injeção eletrônica. Embreagem original é simples, tira uma e monta outra, mas injeção eletrônica tem diversos caminhos com diversos produtos. Estudei muitas opções e escolhi a que me mostrava ser mais eficiente e com um nível de adaptações menores. Então, resumidamente, optei por manter o bloco e seus componentes originais do opala à alcool e troquei todo o resto pelo da Silverado e nisso incluíu tudo mesmo, como cabeçote, tampa de válvula, comando, compressor do ar condicionado, bomba d'água, direção hidráulica, alternador, coletores de admissão e exaustão e demais itens menores. Como o comando da Silverado não se mostrou ideal para o que eu pretendia, adquiri o comando Comp Cams (268°), ligeiramente melhor que o do Omega 4.1. Taxa de 10:1 e combustível gasolina. E o resultado até o momento é esse:







Para não prolongar ainda mais este post, vou detalhar o caminho da adaptação da injeção eletrônica em post futuro. Já estava esquecendo, apesar do coletor de exaustão e escape ridículo que estou utilizando, ambos cheios de amassados, o carro está muito bom e estou muito feliz. Esse é o meu Opala, Sparta. E como disse lá no começo, a história é sem fim, muito está por vim.

Grande Abraço.

5 comentários:

  1. Muito bonito o Opala e o post está muito bem redigido.

    Continuem com o bom trabalho ;D

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    1. Obrigado, Iago! Só estamos começando, o bom trabalho vai melhorar com o passar do tempo! Abs.

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  2. Aí amigo, a imagem que tem do opala preto em desfoque é de sua autoria?
    Se sim tem um site que está usando ela: http://mbiautopecas.com.br
    Olha o print:
    http://img145.imageshack.us/img145/6780/rouboy.jpg

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    1. Sim, é de minha autoria (cuido dessa parte no blog). Por mim não vejo problema, considero até um elogio. Vou ver a opinião do Weverton tb. Obrigado pelo aviso.

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  3. Muito legal, Tenho um Opala 4.1 Diplomata 6CC, chamo de Caveirão, tenho um adesivo de Uma Caveira na Capô escrito METALLICA e por sinal a musica de fundo é maravilhosa.

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